Da série de postagens sobre Como planejar uma LONGA viagem gastando menos, dividindo e detalhando, contando como encarei cada passo e fase. Eu aconselho você seguir esses passos:
Posts: #1 Escolhendo o destino #2 Comprando as passagens #3 Preparando o roteiro #4 Como escolher as hospedagens #5 Como levar dinheiro #6 Documentos e vistos #7 Arrumando as malas
QUANTO CUSTA VIAJAR?

Passagens + hospedagens + Passeios e ingressos + Alimentação + Vistos e taxas + Gastos pessoais e extras = Quanto custa viajar
Fazer uma planilha de gastos de viagem faz parte do planejamento para saber direitinho até onde você pode ir. Basicamente você anota os preços aproximados de passagens e hospedagens, dos ingressos e passeios que você quer ir e a média de valores para alimentação. Então, dependendo do seu estilo de viagem calcule uns 15 a 40% a mais para os gastos pessoais e extras. Não esqueça dos vistos e taxas.
Gastos estimados diários em média são mais baratos na Ásia, América Latina e leste da Europa, ficam entre U$20-25 por dia; mais caros na Europa, Estados Unidos e Austrália ficam entre U$35-U$45 por dia; e muito caros nos países nórdicos acima de U$45 por dia.
COMO LEVAR DINHEIRO
Quem pretende viajar para fora do país precisa pensar bastante nas formas de pagamento que utilizará durante a viagem. As opções conhecidas são:
Papel moeda – dinheiro em espécie
Cartões pré pagos de viagem ou VTM – Visa Travel Money
Cartão de crédito
Traveler Cheque
E a melhor opção, com relação ao custo – benefício, é fazer: Transferências para conta em banco (para o país que se está viajando)
O câmbio e os diferentes tipos de moedas podem dar um nó em uma viagem longa de vários países e moedas diferentes em cada país. Você vai perceber que escolher entre levar pouco papel moeda e investir no VTM, mesmo pagando a taxa, ainda é a melhor opção levando em consideração o custo – benefício e segurança na viagem, já que abrir uma conta em banco em outro país é uma burocracia que só vale a pena se você for ficar muito tempo no mesmo lugar.

Vou escrever sobre um pouquinho de cada possibilidade de usar o seu dinheiro em viagens internacionais. Considero e aconselho que não tente comprar moedas de cada país, é difícil de encontrar aqui no Brasil e principalmente não vale a pena, veja só...
PAPEL MOEDA – DINHEIRO EM ESPÉCIE
A melhor opção para a Ásia é levar dólar em espécie. Claro que para a Europa, o melhor é o Euro. O dólar americano apesar de suas oscilações ainda é a moeda estrangeira mais aceita no mundo. Trocam-se dólares americanos em casas de câmbio de todo planeta (com taxas melhores que a do euro) e em muitos países a moeda é aceita como pagamento sem a necessidade de troca. Uma dica: leve notas maiores de U$50, porque elas valem mais no momento da troca.
Os países da Ásia têm moedas diferentes. O que é mais indicado é trocar em casas de câmbio locais pela moeda e a quantidade que for usar em cada país.
Troque o mínimo de dinheiro nos aeroportos (a cotação não é boa) e pesquise as casas de câmbio da região do seu hotel. Dica: troque o dinheiro conforme a necessidade. A maioria das casas de câmbio não cobra taxas. Ah, muitas deles exigem o passaporte para fazer o câmbio.
Fique de olho também na data de emissão de seus dólares. Notas com mais de 10 anos são recusadas em muitos países.
OBS: De acordo com as regras impostas pelo Conselho Monetário Nacional e Secretaria da Receita Federal, não existe um limite de valor em dinheiro “vivo” para levar em viagens internacionais. Porém, quando essa quantia ultrapassa de R$ 10.000,00 (dez mil reais), ou o equivalente em outra moeda, é necessário declará-la, principalmente, por medidas de segurança.
Art. 7º O viajante que ingressar no País ou dele sair com recursos em espécie, em moeda nacional ou estrangeira, em montante superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais) ou o equivalente em outra moeda, também deverá declará-los para a Receita Federal mediante registro da e- DBV. E é essencial levar o comprovante da compra da moeda estrangeira pois, dessa forma, a Receita Federal tem como verificar se o valor declarado corresponde com que é apresentado para levar na viagem. É comum as pessoas não declararem a quantia por medo de ter que pagar taxas extras sobre o valor em transição. Porém, a declaração do valor acima de R$ 10.000,00 (dez mil reais), faz com que o viajante fique isento de taxas.
Verifique no site da receita mais detalhes.
CARTÕES PRÉ PAGOS
VTM é a sigla de Visa Travel Money, mais conhecido como dinheiro de plástico. Um cartão recarregável que pode ser usado na função débito. A carga pode ser feita em dólares, em euros ou Libras. A escolha segue o mesmo padrão descrito no item dinheiro em espécie.
Como eu estou indo para um mochilão sabático para a Ásia, eu comprei no Itaú mesmo e carreguei um cartão Master e um cartão Visa com dólares.
Com a taxa de câmbio TURISMO que é mais cara que a taxa de câmbio COMERCIAL e é fixada no ato da aquisição ou recarga. Você paga um imposto IOF de 6,38% (NA AQUISIÇÃO OU RECARGA), e a cada saque paga uma taxa.
A recarga pode ser feita mediante transferência bancária pela internet para uma conta indicada pelo seu contato no banco. O cartão pré-pago também pode ser utilizado para saques em caixas eletrônicos. Para quem não sabe inglês, guarde a sigla ATM. Será muito útil para encontrar um caixa eletrônico em qualquer parte do mundo. Neste caso uma taxa é cobrada por transação independentemente do valor sacado, portanto quanto maior o valor retirado, proporcionalmente menor a taxa total cobrada.
CARTÕES DE CRÉDITO
Opção bem mais segura (também mais cara) que dinheiro em espécie desde a invenção do cartão com chip e senha e também se levarmos em conta que sequestro relâmpago é uma modalidade brasileiríssima ainda não difundida pelo mundo. Podemos concluir que esta opção será muito útil para grandes cidades.
Bandeira Visa ou Mastercard? As duas. Hoje já é comum conseguir um cartão de crédito com as duas bandeiras ou dois cartões, um de cada e isso pode ser muito útil.
Lembre-se que você pode sacar dinheiro no seu cartão de crédito nos caixas eletrônicos. Muitas vezes é um quebra galho, mas converse bem com seu gerente, pois muitos bancos cobram uma porcentagem por saque e existe um limite de saque internacional. Alguns países também cobram uma taxa local para saque com cartões de crédito. Se informe ao chegar ao país. Como toda transação que envolve inúmeras partes (você, operadora do cartão, banco, estabelecimento e governo) todos querem uma “fatia do bolo” e o governo brasileiro leva sua parte com 6,38% de IOF.
Lembre-se que a transação com cartões de crédito é feita com a conversão do valor da moeda estrangeira no momento em que a fatura fecha, e não no momento da sua compra ou saque.
TREVEL CHECK
Sem dúvida a maneira mais segura de se levar dinheiro. As dificuldades para botar a mão na grana viva são tantas que nenhum ladrão se atreve a roubá-los. Somente o portador do travel check em pessoa mediante assinatura e apresentação de passaporte pode sacar o dinheiro. As taxas cobradas para conversão em moeda também podem ser bem salgadas. Mais uma prova de que quando a segurança é muita o uso fica dificultado.
O funcionamento do travel check não é muito diferente dos cheques comuns que usamos para pagamentos aqui no Brasil mesmo. Trata-se de um papel que pode ser adquirido em casas de câmbio e bancos. No momento da aquisição, o comprador paga pela taxa de câmbio do dia conforme as normas do estabelecimento. Com o surgimento dos cartões pré-pagos de viagem o travel check se tornou menos interessante porque os estabelecimentos comerciais costumam descontar uma porcentagem ao aceitar o cheque como forma de pagamento. Além disso, com a padronização do IOF para transações no exterior, que é de 6,38% para todas as formas de pagamento, nem mesmo os impostos fazem com que o travel check seja uma boa primeira opção para os viajantes.
Me lembro de ter usado nas minhas primeiras viagens, ainda criança, com a minha família, mas nunca mais usei nenhum, então caso escolha esta opção, por ser a mais segura de todas, verifique as condições e taxas de câmbio nos locais pra onde você vai viajar.
TRANSFERÊNCIAS PARA CONTA EM BANCO
Citybank, HBSC, e outros que tenham agencia global, para sacar os valores em dinheiro aos poucos nas agencias, o que é mais seguro, e evita tarifas. Normalmente não se paga nada para sacar. O único problema é que o valor de saque é limitado. O melhor mesmo é conversar com o gerente de seu banco antes de começar a viagem e saber ao certo se o país de destino terá o seu banco.
Ou REMESSAS AO EXTERIOR com por exemplo a Transferwise - Uma das regras do transferwise, eh remessa de sua conta no Brasil para sua conta no exterior ou depósito por boleto bancário com uma pequena taxa. Eles cobram comissão de 2.5% do valor enviado (incluindo o IOF obrigatório do governo brasileiro) e nada mais.

CONCLUSÃO:
O fato do alto custo envolvido em transações com cartões de crédito/débito, cheques de viagem (traveller checks) e cartões pré-pagos faz com que os turistas prefiram optar por dinheiro “vivo” para pagar as despesas durante os dias em outro país – uma vez que a taxa do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é mais baixa. O problema é que se perder ou se for roubado, fica sem nada!
A minha conclusão então é: levar parte do dinheiro em espécie e outra parte em cartões pré pagos, você consegue garantir a taxa de câmbio, ter alguma segurança que se perder o cartão pode solicitar outro, mas pagará uma taxa menor que a do cartão de crédito. Como cada saque é cobrado uma taxa, devemos nos planejar para saques semanais ao invés de diários.

DICAS PARA DINHEIRO DO MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES:
- Evite carregar notas de valores altos ao andar pelas ruas.
- Leve um ou mais cartões de crédito internacionais.
- Traveller's checks (cheques de viagem) são seguros e, em geral, já foram mais bem aceitos, mas para trocar é necessária a apresentação do passaporte ou cópia em casas de câmbio no local de destino.
- Nunca transporte todo o seu dinheiro num só lugar.
- Troque pequenas quantias no aeroporto para despesas de táxi, gorjetas e só depois procure taxas de câmbio melhores.
- Observação: Tenha em mente que, quem faz compras com qualquer cartão internacional paga o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF). A alíquota para despesas internacionais é de 6,38%, para cada operação.

Diário do meu período SABÁTICO
Meados de outubro de 2018
Desabafos pré sabático, faltando apenas 3 semanas para embarcar para a Ásia... De uma #40tonapelomundo #curtindoajornada
Quanto a grana para bancar esse sonho, eu não tinha. O:
PRIMEIRO PASSO – O DESAPEGO
Não fiz uma economia ao longo do tempo, nem me organizei para guardar dinheiro. Mas eu tomei algumas decisões nesses últimos anos. Decidi desapegar e investir o pouco que tinha em mim mesma para me preparar para realizar a tarefa de ser nômade digital em qualquer lugar do globo terrestre que tenha wifi. Eu vou explicar o que é ser nômade digital em outra oportunidade.
Mas, eu não aconselho isso (não juntar dinheiro para viajar) a ninguém. A melhor coisa é economizar o suficiente para ter uma viagem tranquila e ao retornar ter tudo sobre controle. Abrir uma poupança ou aplicar por alguns meses o seu dinheiro fazendo uma economia para bancar com alguma folga sua viagem é a melhor opção.
UMA TRANSIÇÃO DE CARREIRA
Em 2016 a ideia geral é que eu queria trabalhar pela internet e ter a liberdade de morar em diferentes lugares pelo mundo. Decidi então que precisava pedir demissão do meu emprego, que eu nem gostava tanto assim, alugar meu apartamento, que já estava muito grande só pra mim e ir morar um tempo com minha mãe, que estava precisando de mim na época. E eu te digo: Não foi fácil! Mas, uma vez decidido, eu simplesmente encarei e fiz. Realmente pratiquei o desapego e vendi ou doei quase tudo que eu tinha. Uma casa inteira de móveis e utensílios, um guarda roupa enorme cheio de roupas e acessórios de uma executiva que eu não iria usar por um bom tempo. Aí você vai me dizer assim: “Então você tem uma grana guardada para “gastar”! ” E eu vou te responder: “Claro que não! ” Na verdade, eu tinha algumas dívidas pendentes, das quais eu paguei com essa grana e fiquei sem nada, nem um real guardado.
Então, aos poucos, com o que sobrava do valor do aluguel do meu apartamento eu fui me qualificando, fui estudando sobre marketing digital e viagens mais baratas, economizando o máximo que eu posso. E..... eu tenho duas coisas para bancar essa viagem: Um carro popular, nem tão novo assim, e milhas.... muitas milhas do meu cartão de crédito e o da minha mãe.
Abrir mão do carro para viajar mais foi uma necessidade que me parece que será definitiva, quando eu voltar não terei essa mordomia. Definido então o período e o valor para investir eu fui buscar as soluções para realizar o meu sabático.
MUITAS PESQUISAS E UM DESAFIO
Minha base de pesquisas para saber dos possíveis gastos durante a viagem foram basicamente dois sites que recomendo:
QUANTO CUSTA VIAJAR - O site, brasileiro, calcula quanto custa viajar para várias cidades do mundo e dá informações para você planejar uma viagem com o levantamento dos custos. Permite escolher o destino e com uma calculadora online simula os gastos com passagens aéreas, hospedagem, alimentação, transporte e atrações dependendo do número de dias que o usuário ficará na cidade. A ferramenta permite também escolher o perfil do viajante que é dividido em três categorias: baixo custo (mochileiro), econômico e confortável.
NOMADLIST - Esse site tem as informações alimentadas por quem está viajando, normalmente nômades digitais que vivem por algum tempo nos locais e experimentam realmente a vida local. Não só com informações atualizadas dos custos de vida de várias cidades pelo mundo, mas uma grande rede de pessoas que você pode trocar informações sobre o clima, wifi local, custos, a vizinhança, trabalho remoto, etc.
GASTOS PESSOAIS
O mais difícil é determinar um valor para os gastos pessoais. Isso é bem particular de cada pessoa. Eu li um bocado nos blogs e sites sobre custo de vida em viagens, e existem informações que você consegue sobreviver entre hospedagem e alimentação na Ásia com 40 a 50 dólares por dia. O problema é que não encontrei informação específica para os gastos entre refeições e lanches, passeios e transporte local, medicamentos e necessidades básicas, então fixei um valor para gastar, já que não pagarei por hospedagem, (vou economizar o que puder) de 500 dólares para cada mês na Ásia – ESSE É O DESAFIO!
Arredondei então: a necessidade de levar dinheiro vivo (lembrando que até 10.000 reais permitidos por lei sem fazer declaração fiscal) eu escolhi levar no máximo 500 dólares em cash; e em cartões VTM o restante em dólares que já comprei. E os extras ou imprevistos pagarei no cartão de crédito.
Um orçamento bem apertado! Quase fora da realidade. Mas, caso algo aconteça e eu não consiga cumprir os planos com essa verba eu sempre terei a possibilidade de voltar pra casa mais cedo porque estou guardando algumas milhas Smiles para comprar a passagem de volta na hora certa.

BORA VIAJAR PORQUE DE NADA VALE TRABALHAR PARA TER DINHEIRO SE VOCÊ NÃO PODE CURTIR UMAS FÉRIAS MERECIDAS!
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