Os marcos são caracterizados por Kevin Lynch em “A imagem da cidade” de maneira bem clara. Ele destaca a maneira como percebemos a cidade e suas partes constituintes. Pessoalmente, em viajem cultural a Europa, identifiquei alguns e agora compartilho dentro da perspectiva de um arquiteto passeando. Confira!

Diário de viajem: vigésimo segundo dia: Acordei com um resfriado horroroso, o corpo dolorido de andar até tarde ontem à noite pelas ruas perto do Coliseu, estava frio, mas tudo que eu queria era experimentar a cidade a noite. Pela manhã, sem nada especial agendado para fazer, escolhi retornar ao Panteão com a minha mãe, para almoçar ali em frente. Tudo que eu pensava no almoço, ainda era como tantos detalhes e história podem não ser entendidos, como tantos símbolos podem não ser estudados, como tanta vida pode não ser experimentada. Claro, grandes edificações históricas são marcos das cidades para os turistas as visitando, e quase tudo ao meu olhar é memorável, mas ainda transborda no meu olhar os pequenos e referenciais pontos que direcionam a visão local para a maioria das pessoas que circula pela cidade.
Logo depois do almoço, fui fazer meu pedido na Fontana di Trevi, esperança e um pouco de tradição regional não fazem mal a ninguém né!
Abaixo, as esculturas, homenagens a grandes personalidades locais, que tem destaque em praças, sempre são lembradas ao indicar um caminho para onde se deseja ir.

Definindo ... Marcos
“São elementos pontuais nos quais o observador não entra. Podem ser de diversas escalas, tais como torres, domos, edifícios, esculturas, etc.
Sua principal característica é a singularidade, algum aspecto que é único ou memorável no contexto. Isso pode ser alcançado de duas maneiras: sendo visto a partir de muitos lugares, ou estabelecendo um contraste local com os elementos mais próximos. ”
“Parecem ser mais usados pelas pessoas mais acostumadas à cidade, especialmente aqueles marcos menos proeminentes, menores, mais comuns. À medida que as pessoas se tornam mais conhecedoras da cidade, estas passam a se basear em elementos diferenciados, ao invés de se guiar pelas semelhanças, utilizando-se de pequenos elementos referenciais. ”

Ao lado, em Florença, no caminho para encontrar a Ponte Vecchio, passamos pelo Palazzo Veccio, hoje sede da prefeitura e um grande museu, um marco dessa região por ter sobre a fachada principal rusticada a Torre de Arnolfo (Torre di Arnolfo), um dos emblemas da cidade, visto ao longe de várias partes da cidade.

Na Turquia, estive em Istambul, centro da cidade, onde na grande praça, entre os maiores pontos turísticos da região Sultanahmet, encontramos esta vista da zona da Praça Sultanahmet onde se situava o Hipódromo de Constantinopla, o Obelisco de Thutmosis III, mais conhecido como "Obelisco de Teodósio", um marco histórico da cidade.
Ainda na Turquia, na Capadoccia, as esculturas naturais são grande ponto de referência em locais estratégicos, funcionando como ponto de parada para turistas, mas também como marcos referenciais para os moradores locais. Conversando com eles, descobri que é possível identificar nessas imagens os Dervixes, (a esquerda) que são homens com roupas brancas que aparecem girando no sentido anti-horário. Usam um chapéu na cabeça que parece um grande dedal. E também a direita, a imagem de um grande caramujo, carregando sua casa nas costas.

Abaixo fiz a brincadeira de comparar, lado a lado, dois pontos considerados marcos, com nomes bem parecidos. Um na Grécia, outro na Itália. Definitivamente o ponto mais visto em Atenas, Grécia, é o topo da Acrópoles, tendo o Parthenon (ou Partenon) como Marco central no alto de uma colina que domina a paisagem, com a cidade ao redor. Visto de muitos ângulos ele se destaca na imagem dessa cidade.

Já em Roma, essa cidade é como um museu arqueológico a céu aberto, no centro existem muitos marcos importantes e muito conhecidos. Como turista ali reconheço muitos itens identificadores locais. O Panteão (ou Pantheon), em Roma, extremamente bem conservado, e com o interior lindíssimo, definitivamente é um marco na imagem de Roma.


Ao percorrer o Coliseu, o Foro Romano e o Palatino por exemplo, que são grandes áreas, alguns marcos singulares me deram direção e noção de que lado estava. Este nas fotos é o Arco de Constantino, um arco triunfal em Roma, a curta distância para oeste do Coliseu.
Este é o último post dessa sequência sobre Ocupação urbana.
E aí, gostaram?
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Texto e imagens de Ellen Romanelli
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